Dentro de casa temos a sensação gostosa (mesmo quando enfrentamos dificuldades) de pertencer à nossa família. Quando retornamos do serviço, depois de enfrentar horas na condução, o corpo cansado encontra no carinho dos nossos filhos, cônjuges e parentes, aquela doce sensação que só o aconchego do lar nos garante.
Blog do Farid Madi - Fonte: http://www.blog-emunah.com
Ali nossa sala, nossa cama, nosso quarto. Na cozinha, a refeição sendo preparada e dividida e a novela ou o jogo de futebol que assistimos juntos serve para integrar a família. Cada um tem sua história de batalha diária para compartilhar. Em casa somos todos heróis uns para os outros.
E quando nos relacionamos com amigos e parentes de outras cidades confirmamos, com orgulho, que somos guarujaenses. Afinal, amamos essa cidade da mesma maneira que amamos nosso cantinho que é o nosso lar.
Mas quando saímos de casa e vamos para a Guarujá de verdade, que começa na rua de nossa casa, e precisamos acessar os serviços públicos como ônibus, postos de saúde, segurança pública e hospitais nos sentimos estrangeiros dentro de uma Guarujá que deveria ampliar nossa sensação de pertencimento. Ou seja, somos obrigados a abandonar aquele doce sentimento de nos sentir em casa toda vez que saímos pelas ruas de Guarujá.
Nos sentimos, principalmente, impotentes com os erros que não conseguimos corrigir. É uma cratera aqui, um lixo ali, uma criança abandonada acolá. Apesar de termos consciência (e como temos) dos impostos que pagamos.
É o ponto de ônibus que nos transforma em estátuas vivas e nos faz perder um tempo precioso de nossas vidas. E assim, enquanto estamos nas ruas de Guarujá e de Vicente de Carvalho vamos nos tornando amargos. E só o regresso para nossos lares nos faz retomar, de novo, a paz e a alegria de uma vida familiar.
Mas, infelizmente, vivemos sempre sobressaltados. Pois cada dia gastamos um pouco de nossa renda em impostos e pagamos de novo para conseguir os benefícios que a municipalidade deveria nos garantir na saúde, na segurança e no bem-estar em nossas ruas, nos nossos bairros e em nossas comunidades.
Farid Madi
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