Desde os meus sete anos, quando nossa família mudou
para Vicente de Carvalho, aprendi a entender e a gostar das pessoas ao meu
redor. Chegamos aqui com uma mão na frente e outra atrás e adotamos a vida de
mascates. Meu pai saía e eu corria atrás, menino, aprendi que a sinceridade, o
sorriso honesto, o aperto de mão caloroso é que confirmam se as pessoas estão
mesmo respeitando umas às outras.
Fonte: Internet
Seja para negociar uma mercadoria, seja para fechar um
contrato, seja para dar um parabéns a você, aprendi também que é muito fácil
falar que se ama o povo de Guarujá e de Vicente de Carvalho, mas provar na
prática ao conviver com as pessoas humildes e ricas da mesma maneira, olhando
as pessoas nos olhos, ouvindo com atenção os seus problemas, isso é algo que
não se aprende na escola ou nos gabinetes.
Hoje, circulo por Guarujá e Vicente de Carvalho e
encontro amigos e amigas em todos os cantos, sempre temos histórias para
dividir, porque vivemos juntos, mesmo que por poucos instantes e nestes
instantes sonhamos juntos como resolver um buraco de rua, a necessidade de
melhorar uma escola, o encaminhamento de um pedido.
No fundo, no fundo, continuo o mesmo mascate de sempre
e sei o valor que as pessoas têm por elas mesmas e não pelas roupas que vestem
ou pelos carros que dirigem.
Entrei para a escola da vida aqui em Vicente de
Carvalho e Guarujá e aprendi que temos muito mais chances de melhorar a
qualidade de nossas vidas quando aprendemos a ouvir o que a população deseja,
num contato real, seja na rua ou no morro, sem ter medo de dar a cara para
bater, como dizem.
É por isso que posso afirmar com tranquilidade que eu
sei amar o povo de Vicente de Carvalho e de Guarujá, porque aprendi a emoção de
respeitar todo mundo desde quando seguia meu pai de porta em porta em Vicente
de Carvalho e depois no Guarujá.
Farid Madi
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